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1984


Grande Irmão, personificação do partido, que só podia ser visto através da teletela

        1984 (Nineteen Eighty-Four, 1984) é um filme britânico, adaptação do livro homônimo de George Owell, escrito em 1948 sobre uma sociedade dominada pelo Estado, sem liberdade para ter sentimentos, emoções, somente podem viver em função do Partido. O mundo é transformado e comandado por um partido totalitário após a guerra atômica, sendo dividido em três estados e Londres é a capital da Oceania, local onde se passa a história. Winston Smith é o protagonista, que comete o maior erro de sua vida ao se apaixonar por Júlia, uma jovem rebelde e audaciosa, em uma sociedade onde tudo é proibido e ilegal, inclusive amar, a não ser o Partido, ao qual devem total devoção.


O casal protagonista, Júlia e Winston
A personificação do Partido é representada em um homem forte com um bigode imponente denominado “Grande Irmão”. Com o slogan “O Grande Irmão está de olho em você”, o Partido vigia todos os membros do partido 24 horas por dia, em todos os seus momentos, através da teletela (uma espécie de televisão, porém não só transmite imagens, também vê e ouve tudo). O Grande Irmão é onisciente e onipresente, aquele que tudo vê e tudo ouve.
O filme consegue captar a essência do livro, coisa rara visto que uma obra adaptada tem a licença poética para retratar a história da maneira que melhor convir; e se tornou um clássico agradando várias gerações. 

O protagonista Winston, interpretado por John Hurt

O protagonista Winston, interpretado pelo grande ator John Hurt, é muito humano e cheio de conflitos, o que o aproxima do público e, ao mesmo tempo, e intriga o espectador. Tenta fugir da opressão que o cerca, mas a força de todo um partido é maior do que a sua. É uma história distante da nossa realidade mas ao mesmo tempo próxima, pois vivemos sim em um mundo totalitário, porém disfarçado. Somos vigiados 24 horas por dia, por outras pessoas, por câmeras de vigilância presente em residências, estabelecimentos comerciais, nas ruas, e também pelas igrejas/religiões, que ditam como devemos nos comportar, agir e ser. Ninguém tem privacidade absoluta, vivemos todos em uma região de fachada (termo designado pelo sociólogo Erving Goffman que é local onde a atuação do dia-a-dia dos indivíduos ocorre).


Os membros do partido idolatravam o Grande Irmão

Com uma ingenuidade que chega a ser doce, os protagonistas Júlia (Suzanna Hamilton) e Winston nos mostram um amor puro e que pretende ultrapassar barreiras, porém o poder da tortura e da lavagem cerebral destroi tudo. A maior mensagem do filme é como o ser humano, na verdade, é frágil, fácil de manipular e ser manipulado. Questões existenciais também são bastante abordadas, como alega o personagem O’ Brien, um dos líderes do Partido “Nada existe, nem mesmo ele, existe o que o Partido quer que exista”, ou seja, vivem em uma realidade construída e manipulada, em uma para-realidade, em uma realidade simulada e vivenciada, que não deixa de ser a nossa também, com bombardeio de informações, manipulação pelos veículos de massa e pela internet onde nos expomos e somos o que queremos ser no mundo virtual. O que é realmente verdade e o que é ficção em um lugar onde podemos tudo?
É uma obra brilhante baseada em uma mais genial ainda (George Orwell) que todos devem assistir, só assim compreenderão um pouco mais do mundo em que vivemos com uma tema tão intangível e tão próximo ao mesmo tempo.

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