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Mostrando postagens de 2014

Interstelar

Após produzir filmes de sucesso como Memento , Amnésia , O Grande Truque , A Origem e a trilogia Batman , Christopher Nolan agora nos presenteia com Interestelar ( Interstellar , 2014). Apesar de não entender nada de física quântica, compreender muito pouco a teoria da relatividade, leis da gravidade e Lei de Murphy, e ter saído do cinema atordoada, com a cabeça fritando, tentando digerir mais uma ficção científica do diretor, com mensagens além do que a obra aparenta realmente querer demonstrar, digo que a primeiro momento não concordo totalmente com posts negativos e de ódio que vi na minha timeline do Facebook e por aí na internet. O filme é sim um tanto arrastado, demorado (tem quase três horas de duração ) , com cenas que poderiam ter sido cortadas ou encurtadas, e é bem “frito”, com elementos que mais parecem uma alucinação de Nolan após o uso de drogas, porém eles são necessários para o significado maior da história. Interestelar é o projeto mais a

Shrek

Beleza e Feiura: Conceitos relativos "Quem ama o feio, bonito lhe parece". O filme Shrek (produzido pelo DreamWorks Studios, em 2001) enfatiza esse dito popular e quebra paradigmas ao reforça-lo em pleno século XXI, onde a sociedade contemporânea se importa mais com a aparência do que com a essência, com o ter do que com o ser. A princesa Fiona abre mão de sua beleza, riqueza, luxo e trono para viver de amor, com uma pessoa que a enxergava além da casca. Mesmo sendo uma obra de animação e comédia, recheada de humor, sarcasmo e extrema ironia, esta critica a sociedade de uma maneira muito atual. Nas palavras de Renata Degani de Souza Bastos em seu artigo intitulado Shrek - O Filme, análise fundamentada na estética da recepção: "Shrek" inova ao inverter a lógica de qualquer desenho animado produzido anteriormente, ao eleger como heróis da trama o ogro Shrek e seu amigo o burro falante. Transforma a princesa Fiona, doce, frágil e amigável de outros tempos,

Resultado da última enquete

A última enquete feita aqui no blog foi: Qual o seu gênero de filme favorito? Drama   0 (0%) Terror   2 (16%)   Comédia   0 (0%) Romace   7 (58%)   Sci-fi   0 (0%) Suspense   0 (0%) Aventura   2 (16%)   Musical   0 (0%) Animação   1 (8%)   Filmes autorais   0 (0%) O gênero mais votado foi romance. :D Quem mais aqui ama um bom e velho romance? Companheiro principalmente das mulheres. Cena do Filme Casablanca , um dos maiores clássicos românticos do cinema. Lancei uma nova enquete. Participem! : D

300

Monstro X humano A realidade para quem nascia defeituoso em Esparta, Grécia, não era nada fácil, crianças que não eram consideradas “normais” e que apresentassem qualquer tipo de problema físico ou deformidade eram jogadas do monte sagrado, pois a comunidade estaria se livrando assim de uma raça inferior e caminhando para a almejada eugenia (só os bens nascidos, bonitos e guerreiros dominariam aquela civilização). Esse triste fato é retratado no filme 300 (direção de Zack Snyder , 2006) , onde além da guerra principal entre espartanos e persas, a batalha mais importante talvez, fosse a dos bem-nascidos e normais versus os deformados, que eram considerados monstros .   O próprio rei Leônidas ( Gerard Butler ) quase foi sacrificado por ter um defeito em uma de suas mãos, sendo salvo deste destino cruel pelo fato de um o sacerdote ter previsto um grande futuro para ele. Segundo os textos abordados neste módulo: Monstros e monstruosidades em As traquínias de Sófocles  

Se Eu Ficar

Acho muito limitado analisar o filme Se eu Ficar ( If I Stay , 2014) como um concorrente direto de A Culpa é das estrelas , e taxa-lo como apenas mais um drama romântico adolescente, como em muitas críticas que vi por aí. A trama vai muito além, tem tantos pontos a ser pensados e refletidos, tanta coisa que você traz pra própria vida...   Assim como asseguraram Chloë Grace Moretz , que dá vida a protagonista Mia Hall – e que mais uma vez mostra o seu talento e potencial como uma brilhante atriz de hollywwod -, e o diretor R.J. Cutler , a adaptação ao cinema do romance homônimo de Gayle Forman não é apenas mais um drama adolescente. A roteirista Shauna Cross consegue realizar um trabalho excepcional de roteiro adaptado; este é pensado de forma a preencher todas as lacunas que o livro possui. Ainda não houve subversão do gênero, porém o filme é metalinguístico misturando cinema, música e vida. A paixão da protagonista Mia Hall pelo seu violoncelo e pelo perfeccionismo é

A Pele: o retrato imaginário de Diane Arbus

O grotesco fascinante através do olhar de Diane Arbus O filme A Pele: o retrato imaginário de Diane Arbus ( Fur: An Imaginary Portrait of   Diane Arbus , 2006) é inspirado em uma das mais importantes fotógrafas norte-americanas, Diane Arbus, sensível ao incomum, que enxergava o belo no feio, se seduzia pelo diferente, pela multiplicidade das pessoas, “para quem a vida se faz, oscila e se transforma naturalmente em sua variabilidade” (Cibelle Jovem Leal e Ivone Agra Brandão, p.2). O longa-metragem se passa na década de 1950, mais precisamente no ano de 1958, em Nova York, onde Diane é assistente do seu marido, o fotógrafo Allan Arbus. Esposa dedicada e mãe de duas filhas, Diane direciona toda sua atenção ao esposo e, principalmente à família; uma mulher comum como as demais de sua época, “a não ser por um detalhe: o gosto pelo excêntrico, sentimento que ficou por muito tempo enrustido por ela possuir uma educação rígida por parte de sua mãe, que era autoritária e imp

A Onda

Reiner Wenger, personagem de  Jürgen Vogel O filme analisado da vez é o alemão A Onda ( Die Welle , 2008), tema do debate da 2ª edição do cineclube do Sinpro Goiás (onde sou mediadora). E, antes de abordar a obra em questão, é necessário explicitar as características do cinema da Alemanha. O cinema alemão atual reflete muitas das características de seu precursor, o expressionismo alemão dos anos 30, que está inserido em um contexto em que a Alemanha está em crise decorrente do resultado da 1ª Guerra Mundial. O movimento expressionista, em todas as artes (pintura, escultura, cinema...) foi uma resposta ao racionalismo alemão e buscava mostrar o lado oculto das coisas e, principalmente, pessoas. Com o final da 2ª Guerra, a Alemanha entra novamente em crise e, com isso, a sétima arte não tem grande expressão no país. Porém, a partir dos anos 60 e 70 aparecem cineastas críticos e criativos, entre eles Fassbinder, Win, Wender e Herner, que em pouco tempo se transformam em