Pular para o conteúdo principal

Elvis & Madona


"É uma história de amor muito delicada, com toques de comédia", define o diretor, que escreveu o roteiro "imediatamente" após assistir o tal programa sensacionalista na TV americana, quando foi lançar o curta "Vox populi" em uma mostra em Miami, há 12 anos. "Foi árduo conseguir verba para as filmagens. Começamos a rodar em 2007, daí acabou o dinheiro, retomamos em 2008".

Assim como a dificuldade em conseguir patrocínio - o longa custou R$ 1,2 milhões -, Laffitte temia que o enredo de "Elvis e Madonna" afugentasse o público mais conservador. O receio passou após algumas exibições-teste, com diferentes perfis de espectadores. "Logo nos dez primeiros minutos os personagens estão tão bem desenhados, que as pessoas se desligam do fato de que se trata de um travesti e uma lésbica se apaixonando. Eles vão se divertindo com a história, se envolvendo com essa coisa do feminino e do masculino do casal se sobressair conforme as situações".

Para diminuir o impacto do argumento, Laffitte preferiu deixar os protagonistas longe de ambientes marginalizados, como geralmente são retratados os homossexuais no cinema nacional. Madona é uma cabeleireira que trabalha duro para realizar o sonho de produzir um espetáculo musical com drag queens. Elvis, entregadora de pizza, na verdade quer ser fotógrafa.

Ambos vivem em Copacabana, onde se passa a maioria das cenas. O bairro carioca serviu também de inspiração para a música-tema "I love you, Copacabana", composta por Laffitte e Gabriel Moura e gravada por Elza Soares especialmente para o filme.

"O encontro da dupla acontece quando Elvis faz um delivery no apartamento de Madona e a vê toda machucada, após levar uma surra. Ali começa a amizade, que mais tarde evolui para um sentimento forte", explica o cineasta.

A escolha do nome do casal central não é apenas uma referência a dois grandes ícones do pop. Segundo Laffitte, "Elvis" é uma homenagem a uma amiga de infância chamada Elvira, que jocosamente recebeu o apelido. "Madona é por causa da popstar mesmo, mas a gente preferiu escrever com um 'n' só, para evitar problemas jurídicos".

As associações à rainha do pop aparecem vez ou outra no filme. Igor Cotrim, o ator que dá vida à travesti, fez da música "Who's that girl?" um bordão da personagem. "Ela sempre diz essa frase quando se olha no espelho e se acha divina!", brinca Cotrim.

O ator foi o último a ser escolhido para integrar o elenco, que também tem Maitê Proença, José Wilker, Buza Ferraz e Sérgio Bezerra. "O Igor foi o que se saiu melhor no teste, que teve mais química com a Simone", explica o diretor. "De início meu plano era ter um travesti de verdade no papel de Madona, inclusive fiz testes com alguns na Lapa".

"Quando fiquei sabendo do filme, me depilei e fui com a cara de pau, unha postiça e a coragem para o teste. Nunca fiz cinema, sempre fui ator de teatro", afirma Cotrim, que na televisão atuou na novela "Mulheres apaixonadas" (2003) e na série "Sandy e Júnior" (1999).

Shows de drag queens e conversas com travestis na Lapa carioca serviram de laboratório, como conta o ator. "Foi lá que aprendi o gestual, a jogada de quadril, como mexer o cabelão, de misturar um monte de gírias com termos do candomblé", enumera. "Meu papel é o da 'mulherzinha' do romance, principalmente nas cenas mais quentes, quando Elvis vem para cima, querendo comer a Madona", debocha.

Simone Spoladore, segundo define o diretor, foi orientada a ser uma "lésbica gatinha". "Claro que em alguns momentos ela tem uma expressão corporal mais dura. Mas a gente não queria que fosse uma mulher masculinizada. Ela faz uma lésbica gatinha, com momentos delicados", diz Laffitte.

A mesma preocupação teve a atriz. "Não queria que ficasse uma coisa estereotipada. Fui a boates gays observar as meninas, observei algumas à minha volta", conta.  

Para Simone, "Elvis e Madona" está longe de ser polêmico e deverá agradar o público. "É um filme muito simpático, com situações de humor. Tem todos os elementos de uma comédia romântica, apesar de o casal ser meio torto".
Simone Spoladore interpreta Elvis e Igor Cotrim representa Madona. Tive a honra de conhecer pessoalmente o diretor Marcelo Laffitte, a atriz Simone Spoladore e o ator Igor Cotrim, e tenho certeza que vale muito a pena assistir o filme, pois talento é o que não os falta! Tanto que o filme quer competir com os norte-americanos.

Comentários

  1. Valeu pelo post! Adoramos. Não esqueça de nos assistir nos cinemas dia 6 de maio. Nos siga nos facebook: www.facebook.com/elvisemadona

    Compartilhe com seus amigos e concorra a ingressos e prêmios.

    Beijos!

    #Elvis e Madona

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Wonka

Confira a nossa crítica de Wonka nesse vídeo! Inscreva-se e fique por dentro do melhor do mundo da sétima arte!

Oppenheimer - Crítica

Confira a nossa crítica do outro filme do ano (2023): Oppenheimer, do Christopher Nolan. Inscreva-se e fique por dentro do melhor do mundo da sétima arte!

Besouro Azul

Conferimos o filme da Bruna Marquezine... ops, quer dizer, Besouro Azul, e trouxemos a nossa crítica nesse vídeo pra vocês, filmers! Inscreva-se e fique por dentro do melhor do mundo da sétima arte!