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Get Out, um dos melhores suspenses do ano



Get Out ou Corra! (em português) é um thriller racial e social, com elementos de suspense e comédia que vai estrear aqui no Brasil dia 18/05, essa quarta-feira e como eu já assisti já faz um tempinho (quase 1 mês), resolvi já dar uma adiantada e fazer um review pra vocês, sem spoilers, é claro!

O enredo foca na história de um fotógrafo negro que namora com uma mulher branca e vai conhecer a família da moça. Ele fica receoso pensando se eles são preconceituosos, mas a amada garante que não e partem para a visita. Até aí parece mais um clichê hollywoodiano, mas te garanto que não é, e quando ele conhece os pais da namorada vê o quanto eles são estranhos. Só que vou parando a sinopse por aqui porque o resto é spoiler e não quero estragar a experiência de ninguém, porque te garanto, é uma sensação única. A obra audiovisual lembra muito os trabalhos do M. Night Shyamalan, com turn points de tirar o fôlego! Inclusive Get Out foi produzido pela mesma produtora de Fragmentado, último trabalho do Shyamalan. Então será que vale a pena assistir? Se vale! Ele tá com 99% no Rotten Tomatoes! Não é pra qualquer um, hein!

Outra referência que me lembrou bastante foi Black Mirror, também não é pra menos, visto que o ator principal é o mesmo de um dos episódios da série, o talentoso Daniel Kaluuya, o protagonista do episódio 2 da 1ª Temporada, intitulado Fifteen Million Merits, um que remete muito a realitys shows musicais ao estilo American Idol. E por falar nele, que ator, minha gente! Ele dá um show de expressão e você embarca nas emoções junto com ele! Foda, muito foda!

Por falar em emoções há uma parte que causou muita controvérsia e estranhamento no público em que ele é hipnotizado e vê o mundo em uma tela quadrada, como se fosse uma televisão, o chamado Sunken Place (lugar de submersão, local aprofundado dentro dele mesmo). Muitos criticaram dizendo que foi um efeito muito mal feito, baixo orçamento e coisas do tipo. Mas, analisando a narrativa como um todo, eu e meu namorado (Samuel, que aliás também é um escritor maravilhoso) chegamos a uma conclusão: por que não aquela tela representa a forma como ele vê o mundo pela lente do seu trauma? Afinal, quando ele sofreu a grande perda dele (que não posso dar spoiler), ele estava assistindo TV e por isso a submersão dele é em forma de TV. Porém cada pessoa tem a sua maneira de enxergar o mundo quando é hipnotizado (assim como no resto da vida) e está submerso. Filosófico, não? Essa é a principal intenção desse filme! Que consegue realizar o seu objetivo lindamente!

Além de tudo isso, ainda há questões que ele trabalha sem exatamente jogar na nossa cara, aborda de uma maneira velada e dissimulada, como o preconceito racial. É ponto extra pro roteiro, que aliás é muito bem escrito, do começo ao fim. Inclusive ele aborda de forma primordial os personagens, que agem como se não fossem racistas, mas são, o tempo todo e tratam o protagonista com os maiores estereótipos do homem negro possíveis, além disso cada momento dele nessa louca família branca tradicional americana tem aquele gostinho ruim e agoniante de algo bem terrível prestes a acontecer. O ápice dessa crítica social é o bingo da festa que representa os leilões de escravos que tinham antigamente.

E quanto à parte técnica, o que mais me chamou a atenção foram os efeitos sonoros e a trilha. Meu Deus! Ela cumpre o seu propósito e faz você sentir uma tensão misturada com um pânico, que te faz emergir na história de uma maneira formidável. Ele nem dá muito sustos na gente e nem tem cenas extremamente violentas e cheias de efeitos especiais para se firmar. Ele se valida com atuações formidáveis e som espetacular! Aliás, que som, nossa, nunca tinha sentindo um pânico, agonia e medo tão grandes com uma trilha sonora antes! Que música é aquela, parece vinda direta do inferno! Parabéns para a equipe de som do filme!

Ah, e sabe o que é mais interessante do filme todo? É o primeiro trabalho do diretor e roteirista Jordan Peele, que é um consagrado comediante dos EUA e nunca tinha feito nada fora do gênero. Nada mal para o primeiro, hein?!

Posso afirmar sem medo que Get Out é um dos melhores suspenses de todo o ano! Inovador, ousado e na medida certa! Até porque não é nada fácil fazer uma crítica social dentro de um gênero específico, ainda mais do suspense/terror. Então, palmas pro Peele e equipe! Com certeza vale a pena ir ao cinema, comprar a sua pipoca e aproveitar! Depois volta aqui e comenta comigo o que achou, combinado?!



BÔNUS: Quero agradecer mais uma vez ao meu amor por me apoiar, me incentivar e alimentar o meu vício pela sétima arte! Obrigada, Samuel Tomaselli! ❤

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