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Paraísos Artificiais


Após transformar a história de uma catadora de lixo do lixão de Gramacho no documentário Estamira - e receber 33 prêmios nacionais e internacionais por ele - Marcos Prado dirige, pela primeira vez um filme de ficção. É dele a direção e o argumento de Paraísos Artificiais (2012), longa que conta uma história de amor, e de problemas com drogas sintéticas. Cenários paradisíacos e as batidas do trance como trilha sonora. Ambientada no momento em que a música eletrônica estoura no país e tendo como pano de fundo a explosão sensorial vivida nas raves, a trama mostra a relação de três jovens contemporâneos: Érika, (Nathalia Dill, que encarna sua primeira protagonista no cinema), Nando (Luca Bianchi) e Lara (Lívia de Bueno).O filme retrata a história de três jovens e suas descobertas e incertesas na transição para o mundo adulto, através de sexo, drogas e muito amor. Nando, é um jovem problemático da zona sul carioca, que ao lado de seu melhor amigo conhece os prazeres das drogas sintéticas nas baladas. Precisando de grana, vai além de seus limites ao começar a traficar drogas em Amsterdã, o paraíso delas. Érika e Lara só querem aproveitar a vida, curtindo a companhia uma da outra, com tudo o que a amizade das duas tem para oferecê-las. Porém, um acontecimento muito triste e inesperado muda o rumo de suas vidas. Érika tende a começar uma nova vida, aproveitando os frutos de seu enorme talento como DJ. A obra tem um aspecto lúdico e poético e tenta fugir do óbvio, inclusive em sua narrativa, que não é linear, vai e volta o tempo todo, acompanhada de flashbacks.

Érika em uma bad trip, que é uma grande alucinação causada pelas drogas sintéticas.
 Acostumado a retratar a realidade, Prado não abriu mão de tocar em temáticas delicadas pertencentes a esse universo: as drogas sintéticas e o crescente envolvimento de jovens de classe média no tráfico de entorpecentes. Para entender melhor esse contexto, ele fez um extenso trabalho de pesquisa ao longo de quatro anos. Nesse período, entrevistou policiais e traficantes, visitou raves e festivais em diferentes países, conversou com sociólogos, psicanalistas, jornalistas, viciados, pais de garotos encarcerados, DJs, produtores. Vale muito a pena emergir nesse universo que Prado nos leva e ver de uma forma linda o quão errôneo é o caminho das drogas. Além disso, a história se passa em lugares lindíssimos: Amsterdã, Rio de Janeiro e o Nordeste brasileiro, acompanhada de uma belíssima fotografia.


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