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Panorama do Oscar 2020



2020 começou, e com ele mais uma temporada de premiações do cinema. Já tivemos o Globo de Ouro, Palma de Ouro, Critics' Choice Awards, Screen Actors Guild Awards, Festival de Sundance, dentre alguns outros menores. E, agora toda a atenção se volta para o Oscar, a maior e mais importante premiação do cinema, que acontecerá no próximo dia 9.

Dentre os indicados, podemos ver quem tem mais chances e fazer as nossas apostas. “Coringa”, inegavelmente é um dos favoritos, e Joaquin Phoenix já levou todos os prêmios de melhor ator, até agora. Quem diria que uma adaptação de HQ, um filme de vilão cairia tanto no gosto do público, crítica e Academia, não é mesmo?

E, para mim, o ponto alto dessa premiação é a aposta em filmes produzidos por uma plataforma de streaming, a Netflix. Isso é o século XXI rompendo as barreiras do arcaico na Academia. Dentre as principais apostas da Netflix estão “O Irlandês”, de Martin Scorsese "História de Um Casamento", comédia dramática de Noah Baumbach sobre um casal em crise; “Dois Papas”, longa de Fernando Meirelles sobre a inesperada sucessão no Vaticano; a surpreendente e emocionante animação, "Klaus", uma nova perspectiva sobre a origem do Papai Noel, "Perdi Meu Corpo", também na categoria de melhor animação, "Indústria Americana" e "Democracia em Vertigem" na categoria melhor documentário e "A Vida em Mim", na categoria melhor documentário em curta-metragem.

Fora da Netflix, no circuito tradicional dos cinemas, as grandes apostas são “Era uma Vez... Em Hollywood”, do Quentin Tarantino, “Jojo Rabbit”, vencedor do Festival de Toronto e “Ford vs Ferrari”, “1917”, o drama de guerra de Sam Mendes, “Adoráveis Mulheres”, da injustiçada e talentosa Greta Gerwig, e "Parasita", filme sul coreano que vem despertando excelentes críticas e conquistando público mundo afora. Aliás, uma tendência que deve ser forte do Oscar daqui para frente será a presença de ao menos uma produção estrangeira na categoria principal, de Melhor Filme.

Em relação às atuações, a minha aposta é que o Oscar de Melhor Ator vá para Joaquin Phoenix, como já mencionei anteriormente, devido a sua performance por "Coringa". Como "Melhor Atriz" quem tem levado a melhor nas premiações é a Renée Zellweger, que interpreta a atriz Judy Garland em sua cinebiografia intitulada "Judy: Muito Além do Arco-Íris", porém a Scarlett Johansson também tem muitas chances por sua atuação profunda e dramática em "História de Um Casamento". Na categoria melhor ator coadjuvante quem tem ganhado é Brad Pitt por seu papel no filme do Tarantino “Era Uma Vez... Em Hollywood”, e eu aposto que ele vai vencer o Oscar também. E, como melhor atriz coadjuvante quem roubou a cena até o momento é Laura Dern, por seu papel em "História de Um Casamento". Porém, não podemos nos esquecer de que Meryl Streep está concorrendo nesta categoria por “Adoráveis Mulheres”, e sabemos do seu talento e fama em premiações.

E, para concluir este artigo, eu não posso deixar de mencionar a minha insatisfação para com a falta de representatividade no Oscar 2020, tanto para negros quanto para mulheres. O Oscar vai completar 91 anos este ano, e até hoje, só teve 5 mulheres indicadas na categoria de melhor direção, sendo que só uma foi campeã, a Kathryn Ann Bigelow por “Guerra ao Terror”, em 2010.

As outras indicadas foram: 
A italiana Lina Wertmüller foi nomeada em 1977, por “Pasqualino Sete Belezas”. Ela foi a primeira mulher em 48 anos na lista dos indicados a Melhor Diretor. 
Dezessete anos depois de Lina, a neozelandesa Jane Campion foi indicada pelo trabalho em “O Piano”.
Em 2004, Sofia Coppola foi nomeada pelo trabalho em “Encontros e Desencontros”. Ela tinha 33 anos na época e é a indicada mais jovem até hoje.
Greta Gerwig  também foi indicada em 2018, por sua direção em “Lady Bird”. Este ano, o seu filme “Little Women” (Adoráveis Mulheres) está concorrendo em diversas categorias, inclusive a maior da noite, de Melhor Filme, porém ela não foi indicada por sua direção.

O que percebemos é que as portas para as mulheres ainda não estão abertas como gostaríamos e merecíamos. E mais, este ano, houve um retrocesso, já que não tem nenhuma mulher nem ao menos indicada como melhor diretora.

Além disso, as atrizes continuam sendo vistas como objetos sexuais, e o público e entrevistadores se preocupam mais com o seu look do que com o seu talento e do que elas têm a dizer.
Isso é frustrante para cineastas e cinéfilas, como é o meu caso, mulheres que estudam e fazem cinema. A perspectiva acaba se tornando desmotivadora, visto que o nosso trabalho não tem sido reconhecido como deveria.

Ao mesmo tempo, me abre uma nova esperança, de continuarmos lutando, buscando fazer filmes cada vez melhores e lutando por nossos ideais, assim ainda teremos o nosso lugar ao sol.
O Oscar 2020 vem aí! Preparados? Já fizeram as suas apostas?

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